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Câncer de Mama em idosas

Questões que comumente, como médicos mastologistas, vivenciamos:

1º. A idosa deve ou não saber se tem câncer?
2º. Ela irá “aguentar” os tratamentos que podem incluir cirurgia, quimioterapia, remédios anti-hormônios, radioterapia?
3º. Ela não quer se tratar? O que fazer?

Então por ordem:
O primeiro pensamento, já conhecido de todos, é: Existem pessoas com 70 anos, ou pouco mais, totalmente dependentes de cuidados pessoais e medicamentosos, avalia-se então e propõe-se o que é possível fazer, trazendo benefícios físicos, emocionais, acolhendo a situação de acordo com suas peculiaridades.

Outras, com 80 anos ou mais, cada vez mais frequentes levam suas vidas de forma independente com pouca comorbidades, com sobrevida média esperada de 05 anos, ou mais, poderão receber, de uma maneira geral, os mesmos tratamentos empregados para outras idades com ótimas respostas e manutenção da qualidade de vida.
Ela deve saber que tem câncer? Na maioria das vezes “já sabe”, mas não verbaliza por uma série de razões que em algum momento deixará transparecer. Tempo e paciência para tal.

“Fechar os olhos para a realidade não irá mudá-la”

A maioria dos idosos com câncer, que conseguem bons esclarecimentos, podem ficar em paz com o diagnóstico, muito mais que seus familiares.
Não nos parece justo tirar a oportunidade do idoso refletir sobre sua “finitude”.
Pensar, refletir e decidir como vai enfrentar este período pode ser uma decisão só sua…
De repente fazer ou completar atos de aproximação ou tarefas que até então não tinha realizado? Por que não?

Da parte médica:
Sempre devemos dizer a verdade, quando questionados, o que não significa que toda verdade precisa ser dita dependerá muito da consciência e intelectualidade de cada paciente; como: aspectos técnicos, não bem conhecidos, temporalidades, futuro?

Quanto aos tratamentos:
Nem sempre são fáceis em qualquer idade. A união da família, acolhimento, estímulo, tratamentos holísticos, perspectivas de futuro melhor, tudo envolvido em muita fé, permitirá enxergar um horizonte melhor. Hoje, em situações muito particulares por via oral, os tratamentos possíveis, sem cirurgia.

Lembrar sempre que os profissionais médicos, de todas as especialidades avaliam bem as condições de uma idosa receber determinados tratamentos tidos como “mais fortes”.
Quanto às complicações, estas são passíveis de ocorrer em qualquer idade.
E quanto, aos poucos casos, de não querer se tratar?
Pode ser uma reação imediata e ela precisará quem sabe, de um segundo momento mais calmo e didático para mudar sua opinião. O médico ganhar a confiança da paciente é uma grande alternativa.
Esgotados todos os recursos com acolhimento e muito respeito se estiver bem lúcida, permanecendo em sua opção: respeitá-la sem abandono.

Dr. Rubens Prudencio
Mastologista